Eu vi o fim do mundo. Ao chegar, Abdhul esperava-nos, sorridente e humilde. "Salam! parles vous francais? how are You?" Nesta tentativa cosmopolita de nos ouvir, agarrou as malas e voltou à fala inglesa com sotaque de Alá dizendo em modo feliz "Follow me!" Perdi a conta aos passos, perdi a conta as vezes em que que viramos à esquerda, as vezes em que viramos à direita, às crianças descalças, aos burros que puxavam carroças, às motas em ziguezague, às bicicletas carregadas de especiarias e as vezes que Abdhul sorria para nós sem largar o passo acelerado como se quisesse encurtar o fim do mundo até ao Riad. Era a última porta de uma rua escura, estreita e fresca. Obrigou-nos a olhar e a ler a placa dourada pregada naquela porta de madeira incrivelmente trabalhada "Riad Ambre et Epices, voilà!" Abriu a porta num som de quem abria um cofre e voilà: o fim do mundo acabou! O silêncio e a paz eram a banda sonora de um paraíso de luxo, outrora casa d...
Na porta do frigorífico, podemos afixar a lista de compras, a lista das emoções, a contagem das perdas e a soma das lições de cada dia. Bem-vindo ao meu frigorífico!