O exercício imaginativo do nosso próprio funeral pode ser um episódio hilariante ou aterrador. Ao imaginá-lo, ainda podemos ser nós a decidi-lo. E se calhar mais vale morrer satisfeito, ainda que ilusoriamente satisfeito. E com esta curiosidade maquiavélica lá começo a imaginar. Ora aqui está um belo programa de sábado à noite, a desfrutar da minha companhia insana! O cenário pouco importa, nesta altura a decoração floral ou os altares talhados a ouro são apenas pormenores invisíveis aos olhos de quem apenas quer perceber o seu significado em vida. É isto. Só imaginamos o nosso funeral porque queremos perceber o que fomos em vida, quem tocamos, a quem fomos indiferentes, ou quem nos puderá surpreender no ultimo leito. E então? Não temos direito a estas interrogações? Nao deveríamos partir com certezas? Não é justo que no fim de tantas batalhas, tantas lutas, loucuras, decepções, indiferenças e amores ou falta deles, possamos levar connosco a certeza clara do que v...
Na porta do frigorífico, podemos afixar a lista de compras, a lista das emoções, a contagem das perdas e a soma das lições de cada dia. Bem-vindo ao meu frigorífico!